sábado, abril 29, 2006

Lisboa deslumbrante, mutante e descendente

Está a apetecer-me viajar, passar uns fins de semana fora, conhecer outras terras.
Mas não consigo desgrudar de Lisboa que está tão bela.
Eu até pensei, quando estive no campo, recentemente, que nesta terra não há Primavera, tal como no mar. E noutras cidades.
Mas esta noite acordei com o canto duns pássaros estranhos, nocturnos e lindos.
Quando me levantei, fui vadear por aí...
Desci o elevador da Bica, rodeada de turistas italianos felizes (não sei se sabem que para eles o 25 de Abril é um feriado importante).
Dos dois lados da rua, sardinheiras em flor faziam-se notar dependuradas das janelas em vasos, ou nas varandas. Havia um cheiro, ou vários, sendo um deles o de flores.
Eu e os turistas estávamos felizes, até que o condutor, obeso, se colocou em frente da paisagem. E um italiano, com a graça que os caracteriza quando estão na terra deles (como a discrição em terra alheia)disse: "Tapa tutta la vista!"
Toda a gente se riu, mas era plástica a imagem dum tipo obeso a tapar uma paisagem deslumbrante, mutante e descendente.

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